Dreison santini

Arquiteto | CAU: A3104-6

Entre a arte e a arquitetura, Dreison Santini cria casas e espaços comerciais que marcam a paisagem, dando as suas obras personalidade e um estilo inconfundível. “Uma vez acompanhei um amigo numa lição de casa para desenhar uma bandeira. Ele fez uma e eu outra. Nesse dia percebi que tinha facilidade para desenhar e, depois disso, comecei a criar gibizinhos, que guardo até hoje”, relembra. A veia artística, o desejo de trabalhar e o amor aos desenhos, o levaram a montar sua grande equipe ao qual trabalha hoje.

Nascido no interior paulista (Olímpia) Dreison mudou-se muito cedo para outra cidade pequena, Fernandópolis (550 km de São Paulo), e ali explorou o mundo das artes e cresceu como desenhista.
Cursando uma nova faculdade de arquitetura na Universidade Braz Cubas, em Mogi das Cruzes. Dreison logo conseguiu emprego em São Paulo – na Promon Engenharia, que à época desenvolvia e executava projetos das duas primeiras linhas de metrô da cidade.
Formado, Dreison retornou a Fernandópolis, onde abriu seu escritório e permaneceu por cerca de 15 anos. Até que um amigo, Zoeolner, o Zô, que trabalhava como consultor em Campinas – arrumou-lhe o primeiro cliente na cidade de Campinas: uma casa em condomínio.
“Em 2001 eu fiz uma casa que foi chave nesse projeto todo. Fica no Alphaville Campinas, com cerca de mil m². Depois dela as pessoas passaram a me procurar mais e, afinal, foi ela que marcou a decisão de vir pra cá”, relembra.
1980 | Olimpia - Fernandópólis
1989 | Fernandópolis - Mogi Mirim
2000 | São Paulo - Fernandópolis
2001 | Fernandópolis - Campinas

O desenho sempre foi o que proporcionou mais prazer na rotina de trabalho de Dreison Santini. “Eu me debruço sobre a prancheta, não uso computador, e crio um desenho à mão, a concepção do projeto, resolvendo as plantas e a estrutura da casa espacialmente. Crio a perspectiva para entender e transmitir o resultado visual e estético da obra. Esse desenho e as plantas é que vão guiar a maquete eletrônica”, explica.

“Tenho uma série que revisita os mestres da pintura e também as mulheres, que eu escolhi por ser um bom exercício”

"Eu defino meu trabalho como uma escultura”

Criar essa simbiose entre artes e arquitetura é a especialidade de Dreison, que soma à racionalidade de vigas e lajes os desenhos mais diversos. “A arquitetura precisa ter personalidade porque ela é forçosamente marcante, ocupa um espaço na paisagem. Então, se ela puder ser plasticamente interessante, vai ser muito melhor”, explica e continua: “Eu defino meu trabalho como uma escultura; todos os elementos podem assumir formas escultóricas sem abrir mão de arquitetura de qualidade”. Além de aproveitar o partido estrutural, cria ainda peças para adorno de interiores e exteriores.

Como bom artista, o arquiteto possui inúmeras referências, destacando Tomie Ohtake e Paul Escher pelo discurso de das formas e das cores que propõem. Na arquitetura, se diz admirador profundo de Oscar Niemayer, Ruy Ohtake, Santiago Calatrava e Zaha Hadid.

Inspirado pela arte e com senso estético apurado, Santini busca valorizar a arquitetura, torna-la atemporal à mesma medida em que cria um desenho de interesse, que justifique a sua passagem pelo tempo. Revela não ter a ilusão de ser perene, mas gosta de ver que suas construções seguem com valor, apesar do tempo. “Isso traz satisfação”, diz, ao contar emocionado, que passou recentemente diante de uma clinica veterinária que construiu há 25 anos em São Paulo e a viu intacta.

“Se a criação permanece é porque tem uma expressão”
- Dreison Santini